12 de nov. de 2011

Quem ama Lupi?
Ruth de Aquino é colunista da
 revista Época
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já se tornou a figura mais patética do ministério de Dilma. Um feito impressionante num grupo que teve em cinco meses seis baixas: de 7 de junho até hoje, caíram Palocci, Nascimento, Jobim, Rossi, Novais e Silva. Só um caiu por ser inconveniente, o ministro Jobim, gaúcho de alma tucana. O resto foi por acusações de corrupção e desvio.
O processo de desgaste segue roteiros parecidos. Alguns se debatem mais, por amor incondicional ao poder. De Lupi, suor e bravatas escorrem pelos poros. Ele bate no peito, espuma, grita. Mas não explica nada.
“Sou osso duro de roer. Quero ver até onde vai essa onda de denuncismo.” “Daqui ninguém me tira. Só se for abatido à bala. E tem de ser bala de grosso calibre, porque eu sou pesado.” “Morro, mas não jogo a toalha.” “Conheço a presidente Dilma há 30 anos. Duvido que ela me tire. Nem na reforma ministerial.” “Bola da vez? Só se for a bola sete, a bola da vitória.” “Peço desculpas à opinião pública, que fica com a imagem de que sou louco, um tresloucado.” “Presidente Dilma, me desculpe se fui agressivo. Dilma, eu te amo.”
Ninguém merece um ministro assim no Trabalho, uma pasta que requer equilíbrio, habilidade, capacidade de negociar e analisar as reivindicações de trabalhadores. Lupi – como todos os outros – se considera vítima de perseguição. Até do próprio partido, o PDT, dividido entre o pessoal de raiz e os oportunistas.
O motivo da perseguição é inacreditável. Querem derrubá-lo por puro preconceito de classe. Por ser “ex-jornaleiro”. Todo jornalista tem um apreço especial pelos jornaleiros. São eles que, nas bancas, ajudam ou não a impulsionar a venda avulsa. Mas Lupi hoje detesta a imprensa.
Não tenho ideia de como Lupi (“sou italianão, sou atirado”) se comportava como jornaleiro nos anos 1980, quando conheceu Brizola. Eu nem sabia disso, para falar a verdade. Sei que ele foi secretário de Governo de Garotinho. E que o Ministério do Trabalho, comandado por ele há quase cinco anos, teria um esquema de tabela de propinas para liberar recursos a um instituto no Rio Grande do Norte. E teria assinado convênios irregulares com ONGs investigadas pela Polícia Federal e denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais. Isso é o que veio à tona.
Ninguém merece um ministro assim no Trabalho, pasta que requer equilíbrio e capacidade de negociar  Sei que os detalhes estão ficando meio repetitivos e chatos para os leitores – mas é nos detalhes que o diabo mora. É preciso alertar para o ridículo. Não tem sentido dar quase R$ 1 milhão de sinal, no ano passado – num convênio de R$ 2 milhões –, para uma organização em Confins, Minas Gerais, treinar 2.400 operadores de telemarketing. E descobrir, um ano depois, que só pouco mais de 200 pessoas tinham feito o curso até ontem. Fico pensando o que se ensina nesse curso de telemarketing. Como é fácil “captar” dinheiro neste Brasil generoso. O enredo é tão semelhante às quedas anteriores de ministros que está explicada a treslouquice de Lupi.
Dilma, numa solenidade recente, nem sequer olhou para Lupi quando ele puxou e beijou sua mão. Mais constrangedor que o desafio público de um subordinado é o puxa-saquismo meloso e explícito. A presidente não parece gostar dessas demonstrações. Ela quase perdeu o rebolado quando repórteres lhe perguntaram sobre a declaração de amor de Lupi e a crise no Ministério do Trabalho. Sorriu. “Vocês vão me perguntar isso nesta altura do campeonato?” e citou as palavras de “um líder gaúcho antigo” para negar qualquer crise com Lupi: “O passado passou”.
Não sei se Lupi é passado, mas não parece ser futuro. Não é o futuro que esperamos para o Brasil. No presente, o Planalto resolveu, na última hora, fazer a portas fechadas um seminário internacional em Brasília que reunirá 60 ONGs. Sem a presença de bloquinhos, gravadores e câmeras indiscretas.
Os brasileiros se dividem entre quem não aguenta mais tantos escândalos... e os que esperam estar vivendo um momento histórico de prestação de contas. No alto escalão da política, é inédita essa queda de dominós herdados de um governo mentor e amigo. Na segurança pública, a ocupação de uma favela como a Rocinha, com 70 mil moradores, abandonada por sucessivos governos ao poder de bandidos com e sem farda, é recebida com elogios à banda boa da polícia e punições à banda podre. No Supremo Tribunal Federal, a mídia e a população mantêm a pressão sobre o julgamento da Ficha Limpa. A ponto de forçar o ministro Luiz Fux a rever seu voto pela alteração da lei. A brecha sugerida por Fux beneficiaria políticos que renunciam para fugir de punição. O debate é público e instrutivo.
Na novela das 8, na semana passada, soubemos que Lupi ama Dilma. Nos próximos capítulos, saberemos quem ama Lupi.
  
Passando o tempo com o bebê chorão...

11 de nov. de 2011


CINE SINGULAR- O curta do dia
Eletrodoméstica
Sinopse
 Classe média, anos 90, 220 Volts.
Gênero Ficção: Conteúdo- Adulto
 Diretor: Kleber Mendonça Filho
 Elenco; Gabriela Souza, Magdales Alves e Pedro Bandeira
 Ano 2005
 Local de Produção: PE
 Ficha Técnica
Fotografia Roberto Santos Filho Roteiro Kleber Mendonça Filho Som Direto Daniel Bandeira, Claudio N Direção de Arte Juliano Dornelles Empresa(s) produtora(s) Ruptura Cinematográfica, CinemaScópio Edição de som Kleber Mendonça Filho Produção Executiva Roberto Santos Filho, Leo Falcão, Lua Silveira, Carol Ferreira e Emilie Lesclaux Montagem Kleber Mendonça Filho e João Maria Informações cedidas por Kinoforum   
Prêmios
Prêmio Especial do Júri no Cine de Las Americas International Film Festival (Texas) 2006
Melhor Atriz no Cine PE 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Cine PE 2006
Melhor Curta - Prêmio da Crítica no Cine PE 2006
Melhor Filme no Festival de Cinema de Huesca 2006
Prêmio Especial do Júri no Festival de Hamburgo 2006
Melhor Curta - Júri Popular no Festival de Tiradentes 2006
Os 10 Mais - Escolha do Público no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005
Prêmio aquisição Canal Brasil no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005
Prêmio Cachaça Cinema Clube no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2005
Melhor Curta no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2005
Melhor Curta - Júri Popular no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2005
Melhor Curta - Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2005
Melhor Curta no Festival Luso-brasileiro de Curtas de Sergipe 2005
Melhor Curta - Prêmio da Crítica no Festival Luso-brasileiro de Curtas de Sergipe 2005
Melhor direção no Festival Luso-brasileiro de Curtas de Sergipe 2005
Prêmio Cine-Clubes no Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira 2005
Melhor Atriz no Festival de Curtas de Belo Horizonte 2005
Melhor Produção Audiovisual de São Carlos no Festival de Curtas de Belo Horizonte 2005
Prêmio do Público no Festival de Curtas de Belo Horizonte 2005
Melhor Curta - Júri Popular no Festival Mix Brasil 2005
Melhor Atriz no Guarnicê de Cine e Vídeo 2005
Melhor Trilha Sonora no Guarnicê de Cine e Vídeo 2005
Melhor Curta no Tabor Film Festival 2006   
Festivais
 Alucine - Festival de cinema latino de Toronto 2006
Festival de Clermont-Ferrand 2005
Festival de Huesca 2006
Festival Internacional de Rotterdam 2006
Goiânia Mostra Curtas 2005
Exground Filmfest 2006
LA Latino Film Fest 2006
Rencontres Cinémas dAmerique Latine de Toulouse 2006
Uppsala International Short Film 2006

Mostra de Steve MacCurry no Brasil
Autor do famoso retrato Menina Afegã, cujo rosto marcado por intensos olhos verdes estampou uma das mais céleres capas da revista National Geographic, o fotógrafo norte-americano Steve MacCurry está no Brasil neste mês de novembro para a abertura da individual Steve McCurry: Retrospectiva, que acontece no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, entre 10 e 29 do corrente mês.
A mostra traz cerca de 100 imagens, tiradas nas andanças de McCurry por países como o Afeganistão, Índia, Paquistão, Nigéria e outros. Apesar de o fotógrafo ter 25 anos de carreira, a maior parte das obras que integram a exibição datam de 2001 em diante. Uma das exceções e também destaque da exposição é o clássico retrato da garota afegã, feito em 1984 e que virou capa da revista National Geographic. Nela, o olhar da menina ‘salta’ da foto e prende a atenção.
Algumas fotos de MacCurry:
A menina afegã, a foto de MacCurry mais conhecida no mundo

10 de nov. de 2011

A maior onda da história do surfe
O norte-americano Garrett McNamara pode ter quebrado o recorde ao surfar uma onda de 90 pés (mais de 27 metros) em Nazaré, Portugal. Se for confirmado o tamanho da onda, será a maior já surfada na história.
Veja a onda sendo surfada:

Charge - Amarildo

Humorista carioca fica
decepcionado com Jô Soares
Parece que não tem volta. O humorista Márvio Lúcio (Carioca), do "Pânico na TV" (Rede TV!), não quer ouvir falar de seu personagem de maior sucesso, o Jô Suado , sátira do apresentador Jô Soares.
Nem as recentes declarações do Jô original, que disse no programa "Roda Viva" (Cultura), na última segunda-feira, que gosta do personagem e pediu  para Carioca retomar a brincadeira, surtiram efeito.
Carioca ficou muito chateado quando tentou, dias atrás, vestido de Jô Suado, falar com o apresentador e pedir sua "benção" para a imitação, assim como Ceará fez com Silvio Santos, em 2007. Ao contrário do dono do SBT, Jô Soares ignorou solenemente o humorista. Jô Suado perguntou se Jô teria três minutos para falar com ele, e ouviu do apresentador: "Ninguém aguenta falar com você por três minutos".
Jô Soares foi embora rapidamente, deixando Carioca decepcionado. Foi então que o humorista do "Pânico" resolveu esquecer de vez a sátira, que ele considerava uma homenagem.
Após ver as declarações positivas de Jô sobre a sátira, alguns integrantes do "Pânico" pediram para que  Jô Suado voltasse ao programa e para que o humorista reconsiderasse o personagem. Após uma longa reunião na tarde de terça-feira (8), a equipe optou por respeitar a opinião de Carioca.
Segundo integrantes do "Pânico", o humorista se dedica muito aos seus personagens, mergulha de cabeça nas sátiras e ficou realmente abalado com a reação de Jô Soares. Ao blog, o diretor do "Pânico", Alan Rapp, revelou que ele e a equipe ficaram emocionados ao ver a decepção de Carioca diante de Jô Soares. (UOL)
Veja as opiniões dos dois e tire suas conclusões:

E como aconteceu o tâo esperado encontro...
Haja Coração!!!!

9 de nov. de 2011

O vale-tudo pela audiência
Domingo passado, no Fantástico, o Dr. Dráuzio Varela lançou a campanha Brasil sem Cigarro.
Vejam:


Logo, depois, o humorista Danilo Gentilli, da Band, lançou em seu programa Agora é Tarde, a “campanha”  Brasil sem Dráuzio contra o médico, satirizando a cruzada contra o tabagismo.
Vejam a paródia do Danilo: 

CINE SINGULAR – O curta do dia
Animadores
Sinopse
Um dia na vida de um perdedor.
Gênero: Animação
 Diretor: Allan Sieber
 Ano: 2008
 Duração: 8 min
 Local de Produção: RJ
 Ficha: Técnica
 Roteiro Allan Sieber Animação Luciana Eguti e Paulo Muppet Direção de produção João Cabral Produção Executiva Denise Garcia Música Edu K   
 Prêmio
Prêmio Porta Curtas no Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
Preparação para o duelo
Enquanto a disputa do cinturão dos pesados do UFC entre Cain Velasquez e  Junior Cigano está sendo aguardada, para o próximo sábado, inclusive com narração de Galvão e comentários de Vitor Belfort, vamos apreciar dois bichanos se esquentando para o embate:

8 de nov. de 2011

Visto 50 milhões de vezes
O vídeo de publicidade da água mineral Evian Roller Babies já foi visto no You Tube cincoenta milhões de vezes e apresenta um belíssimo trabalho de computação gráfica com bebês engraçados usando patins dançando e saltando, todos sincronizados. O slogan da publicidade é “Vamos observar o efeito de Evian em seu corpo".
O entretenimento do viral não é “vender’ o produto, mas uma animação bem resolvida e engraçada.  
vejam como é legal:

O “quadro mais lindo”
Classificado por alguns críticos de artes plásticas como “o quadro mais lindo já pintado por qualquer artista” Senhora com um Arminho de Leonardo da Vinci (1452/1519), faz parte de uma exposição histórica de peças do mestre florentino da Renascença. A mostra histórica, promovida pela National Gallery de Londres, reúne pela primeira vez, o melhor da produção de da Vinci, o homem que acreditava ser a pintura ‘parente de Deus’. A exposição vai até fevereiro do próximo ano e apresenta, além da Senhora com um Arminho, peças valiosas como Lá Belle Ferronière, as duas versões de A virgem dos Rochedos e os estudos para A Última Ceia.  Senhora com um Arminho é uma pintura em óleo sobre madeira 54,8 x 40,3 centímetros foi criado entre 1488 e 1490 . A mulher retratada é Cecilia Gallerani, amante de 14 anos do duque de Milão.
Vejam o óleo Senhora com um Arminho:

7 de nov. de 2011

O ET de Daniela Albuquerque
A apresentadora Daniela Albuquerque está de novo proporcionando outro mico no seu programa Manhã Maior , na Rede TV! Agora ela conta que passou por uma experiência com extraterrestre.
Daniela disse que morava em Nova Andradina (MS) e, quando tinha 16 anos (esses alienígenas do interior não perdoam mesmo), foi abordada antes de acender a luz, a caminho do banheiro. Segundo a apresentadora, o E.T. veio por trás (pode isso, Arnaldo?), fez uma “massagem gostosa” e, por telepatia, disse: “É pro seu bem!” Depois disso, Daniela só teve tempo de colocar as mãos para trás e sentir a “perninha” do extraterreste, um pouco mais fina que um punho. (Kibeloco).

Roberto Carlos é homenageado
no Festival de Vitória
Os filmes com Roberto Carlos dirigidos por Roberto Farias nos anos 1960 e 1970 ganharão uma mostra n o Festival de Vitória que começa hoje. O Festival  vai homenagear um dos maiores cantores do Brasil - o filho mais famoso do estado de Espírito Santo- o Rei Roberto Carlos. A Mostra Capixaba fará um tributo ao conterrâneo com uma mostra de filmes que tiveram o Rei como protagonista.  Documentários e filmes de ficção serão exibidos durante a mostra, que terá uma homenagem ao diretor Roberto Farias, diretor de vários filmes que teve Roberto Carlos como protagonista. 
 Veja cenas do Filme Roberto Carlos em ritmo de aventura:

6 de nov. de 2011

Bombou na web
nesta semana

Repórter atacada
A repórter Monalisa Perrone, na TV Globo, foi atacada por manifestantes quando cobria ao vivo a internação de Lula em São Paulo, para o Jornal Hoje. Os agressores a empurraram e disseram coisas incompreensíveis. Na rede, a maioria das reações foi de apoio à repórter.



Abutre contra paraquedas
Uma cena aterradora virou sucesso no Youtube com qualidades de filme de suspense. Em pleno voo, um paraquedista russo foi atingido por um abutre, que ficou preso no equipamento. Ele abre o paraquedas reserva, pousa nas árvores e, no fim, consegue até salvar o animal.



Fãs ou vândalos?
Fãs revoltados com o adiamento do que seria o primeiro show da banda Metallica na Índia acabaram subindo no palco para quebrar todos os equipamentos de som e luz. A cena foi filmada pelos próprios vândalos e, somadas as versões, foram vistas 1 milhão de vezes.



Dando sustos com iPads
O Dia das Bruxas, comemorado nos EUA em 31 de outubro, inspirou uma criativa fantasia usando dois iPads. Os aparelhos, colados no corpo e com as câmeras ligadas, dão a impressão de que é possível ver por dentro do fantasiado, através de um buraco no estômago.


Como será o amanhã?
Um vídeo futurista com mais de 1 milhão de acessos faz previsões de como será a tecnologia daqui a dez anos. Se os autores acertarem, podemos esperar um mundo cheio de hologramas e chipes implantados em objetos improváveis, como óculos e cartões de visita.
Fonte: revista Época
Faltam educação, vergonha e banheiro

Ruth Aquino
é colunista da revista Época
raquino@edglobo.com.br
Seremos em breve a sexta economia do mundo. Mas estamos em 84º lugar no índice internacional que mede o desenvolvimento humano de 187 países. Parece esquizofrênico, mas assim é. O ranking do IDH (Índice do Desenvolvimento Humano) das Nações Unidas desmascara algo que a gente já sabe, mas muitos insistem em não enxergar.
Bolsas do governo reduzem a miséria a curto prazo, ajudam a eleger presidentes, dão a milhões de pobres acesso a geladeira, televisão, fogão e carro. Elogiável. Mas esmolas não dão dignidade a longo prazo, não mudam o futuro do Brasil. Educação e saúde sim. E até hoje não são prioridades. Por isso a renda continua tão desigual. Por isso temos 19 “hermanos” da América Latina à nossa frente.
Isso não é um problema só do PT nem só de Lula ou Dilma. O Brasil fechou os olhos historicamente à desigualdade. Elegeu um metalúrgico na esperança de virar o jogo. Sonhávamos com avanços sociais muito maiores. Nós, contribuintes, que já pagamos impostos escorchantes, ajudamos Lula a transferir um pouquinho de renda para miseráveis que ganham de acordo com o número de filhos. Isso não parece receita de vida sustentável.
Aumentamos o número de crianças e adolescentes na escola, sim. Os anos de escolaridade também. Falta muito. Mas já descobrimos que sete anos de escola no Brasil não ensinam o mesmo que na Argentina ou no Chile. Não garantem que a criança aprenda a ler e a escrever direito ou a fazer contas simples de matemática.
É falta de educação mandar Lula tratar o câncer no SUS. Qualquer pessoa não comum evita as filas, o descaso e o despreparo da saúde pública no Brasil. O debate ferveu. Na internet, antipetistas destilaram ódio. A rede de proteção a Lula foi acionada. O ex-presidente não é o único a sofrer com a falta de compostura de internautas. Todo mundo sabe – até o Chico Buarque – que a blogosfera é fértil em ofensas anônimas de todo tipo. Lula não é um coitadinho especial. A difamação virtual é um hábito covarde e aleatório. Quem fez campanha contra Lula num momento tão vulnerável demonstra baixo IDH.
Logo seremos a sexta economia mundial, mas estamos em 84º lugar em desenvolvimento humano. É inaceitável Também é falta de IDH um presidente afirmar que “o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde”. Foi o que Lula fez, numa de suas gafes verborrágicas, em 2006. Pode parecer provocação para os que morrem buscando um leito nas emergências de hospitais. Pode parecer insensibilidade para quem mofa deitado no chão, nos corredores de hospitais. Esperam por meses uma cirurgia. Com fraturas ou infecções. Não há maca, não há médicos, não há vaga, não há vergonha na cara de um país que despreza e mata seus velhos por negligência. Eles têm a mesma idade do ex-presidente Lula, o pai dos pobres. Lula poderia ter dito apenas que, em seu governo, a Saúde melhorou – e não estaria mentindo. Talvez tivesse sido poupado da fúria virtual.
Também é falta de IDH a quantidade de brasileiros sem banheiro: 13 milhões, ou 7% da população. Esse é outro ranking, da Organização Mundial da Saúde, e o país ocupa um insultante nono lugar. Segundo o IBGE, menos da metade dos brasileiros (45%) tem rede de esgotos e só 38% recebem algum tipo de tratamento. Penso o seguinte: de que adianta ter televisão numa casa com crianças se, embaixo da janela ou junto à porta, passa uma vala com lixo, esgoto a céu aberto e uma multidão de ratazanas?
Também é falta de IDH o Brasil não conseguir aplicar um Enem sem fraudes ou anulações. Estudantes no Ceará – o foco do vazamento de 13 questões – foram às ruas com nariz de palhaço para dizer que o Enem é um circo. Alunos de outros Estados ameaçam entrar na Justiça contra a anulação. Não seria falta de IDH insistir no ministro da Educação, Fernando Haddad, como candidato do PT a prefeito de São Paulo? Além de não conseguir gerenciar direito uma prova do Enem, Haddad não sabe a diferença entre Itaim Bibi, bairro de classe média alta da cidade, e o Itaim Paulista, na Zona Leste. Precisa urgente de um mapa e de aulas da Marta Suplicy.
Também é falta de IDH a exibição bizarra de cinismo do PCdoB e de Dilma na troca de ministros do Esporte. Ninguém entendeu nada. Orlando Silva, acusado de fraudes milionárias em convênios irregulares com ONGs, ganha poemas, discursos e flores? O novo ministro, Aldo Rebelo – chamado de Rabelo por Dilma –, diz que quer fazer uma “gestão parecida” com a do camarada destituído? Pelé e Ricardo Teixeira vão à posse para umas embaixadinhas? Fotos mostram Silva e Sarney lado a lado, sorrindo e aplaudindo. Olha, corrupção na política existe em todos os países. Mas esse cinismo todo é dose.
É muita falta de IDH para o meu gosto.

CINE SINGULAR – O curta do dia
Lúmen
Sinopse
 Um inventor em crise tem uma idéia que parece ser a solução perfeita para seus problemas.
Gênero; Animação
 Diretor; Wilian Salvador
 Ano; 2007
 Local de Produção: MG
 Ficha Técnica
 Fotografia Mateus Di Mambro Roteiro Wilian Salvador Animação Wilian Salvador e Mateus Di Mambro Som Jalver Bethônico Música Jalver Bethônico   
 Prêmios
Melhor Animação no Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
Prêmio Porta Curtas no Curta Cinema - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro 2008
Melhor Curta Estudantil Estrangeiro no Fenaco 2007
Melhor Curta Estudantil Estrangeiro no Festianima 2008
Menção Honrosa no Festival de Curtas Academia Internacional de Cinema 2008
Melhor Animação no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão 2007
Melhor Direção de Arte no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão 2007
Melhor Roteiro no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão 2007
Melhor Curta sem Diálogos no Sapporo Short Fest 2008
Melhor Animação no Vitória Cine Vídeo 2007
2º lugar na mostra competitiva nacional no Curta Votorantim 2007
Melhor Animação Técnica no Granimado Festival Brasileiro de Animação 2007
Melhor Animação no International Panorama of Independent Film and Video Makers 2008
Menção Honrosa no Mosca - Mostra audiovisual de Cambuquira 2008
Melhor Animação - Júri Popular no Mostra Minas de Cinema e Vídeo - Belo Horizonte 2007
Melhor Animação no Festival Aruanda do Audiovisual Universitário 2007
Menção Honrosa no Mostra Miau 2007   
  Festivais
Anima Mundi 2007
Animafest Zagreb 2008
Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte 2007
Festival of Nations 2008
Krok 2008