31 de dez. de 2010

Seu Francisco, o espanador
(de piaçaba) e eu
De quando em vez, ele passa pela rua onde moro e o vejo da varanda do meu ap, mercadejando  seus produtos. Há 28 anos no ramo da venda ambulante de vassouras, espanadores, rodos...  Seu Francisco Honorato da Silva se diz satisfeito com o que faz, pois, segundo ele, foi vendendo vassouras que educou três filhos.
Como as fibras de piaçaba do meu  velho espanador  já estão esgarçadas, resolvi ir até à rua  comprar um novo do Seu Francisco.  Batemos um rápido papo, adquiri o produto ( 5 reais - preço de promoção), e depois nos desejamos, mutuamente, um  feliz ano novo. E,  ele se foi, com a voz ecoando pela rua, quase deserta, anunciando a mercadoria: “Olha o vassoureiro!”.

















E, eu certamente feliz, pois vou começar 2011 com um espanador novo e de piaçaba.
Dilma e Lula no olhar dos chargistas


A charge sempre foi um poderoso instrumento de avaliação, principalmente dos políticos e governantes. Por meio do traço, o  artista torna-se um transmissor das angústias, das revoltas, das esperanças  e das críticas inerentes aos anseios da sociedade.  Mesmo nos negros tempos das ditaduras, a charge consegue romper os grilhões da censura e externa sentimentos entalados. Nas democracias, a charge também tem o seu papel, como na eleição da presidente Dilma. E mais uma vez, os chargistas, sempre irônicos, deram o recado. Vejam algumas delas:
   







30 de dez. de 2010

Eleições 2010: o maior mico

Sem experiência política, nervosa e toda atrapalhada no debate promovido pela Globo com os candidatos a governador do Distrito Federal, a mulher do ex-governador Joaquim Roriz, Weslian Roriz  pagou o maior mico na campanha eleitoral de 2010. A candidata chegou ao ponto de dizer: “Eu quero defender toda aquela corrupção”.
Foi uma dos maiores hits na internet, com várias montagens produzidas, como esta:


O gol do ano -inacreditável


As cantadas do “rei”


Olha aí, o “rei”  batendo asa para a cantora Paula (ou Paulinha, como ele mesmo a chamou), durante o show de fim de ano da Globo. Reparem que em vários trechos  da exibição, Roberto Carlos dá umas cantadas na artista. O vídeo já foi visto por quase  meio milhão de vezes:


Charge: Sponholz

Filme retrata visões diferentes
sobre o que é ser “mulata”
  
O documentário Mulatas! Um tufão nos quadris, o primeiro sobre as passistas do carnaval carioca, será lançado nos cinemas no próximo mês. O documentário, da Carioca Filmes, tem direção de Walmor Pamplona e roteiro do jornalista Aydano André Motta.

O filme traz relatos de 13 passistas que passam por discriminações, assédios e carências das mais variadas. Além das mulatas, o documentário traz entrevistados com diferentes visões sobre o tema, como o jornalista Sérgio Cabral, o gerente do restaurante Plataforma – onde acontece o único show permanente de mulatas –, Alberico Campana, e o engenheiro Edson Marcos de Andrade, que está no oitavo casamento com uma mulata de Carnaval.(Comunique-se)

29 de dez. de 2010

A estátua de bronze de Drummond está sentada, placidamente num banco da praia de Copacabana, bairro em que viveu por muitos anos

“É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”.
Carlos Drummond de Andrade




CINE SINGULAR- O curta do dia

Radio Gogó   

Sinopse

A paixão de Gogó por futebol não tinha limites. Sua vida era narrar partidas de futebol de bairro, os babas de rua. Depois de narrar espetacularmente a final da copa de 94, onde o Brasil sagra-se campeão, Gogó revela um segredo mantido a sete chaves desde 1970.
Gênero: Ficção
Diretor: José Araripe Jr.
Elenco: Caco Monteiro, Isabel Marinho, Carine Santos e Wagner Moura
 Ano: 1999
 Local de Produção: RJ
  Ficha Técnica
 Produção: Moisés Augusto
 Fotografia: Amilton Oliveira
 Roteiro: José Araripe
 Edição: Jorge Alfredo
 Som Direto: Nicolas Hallet
 Direção de Arte; Moacir Mancra   
  Prêmios
 Melhor direção no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba 1999
Melhor Filme Baiano no Jornada de Cinema da Bahia 1999    

Uma joia de encontro

O amigo Chico Rocha me repassou e-mail, trazendo um vídeo – que é uma joia na Música Popular Brasileira, o encontro de gerações: Ed Mota, Miltinho e Rildo Hora. Só que no vídeo, pertencente ao acervo do You Tube, não consta nos caracteres o nome do virtuoso gaitista. O encontro é um primor. Ed Mota regravou Meu nome é ninguém, e enriqueceu a gravação, convidando para acompanhá-lo seu interprete original e também o genial instrumentista e maestro Rildo Hora.

Violinista famoso foi
praticamente
ignorado na estação de metrô


O jornal Washington Post patrocinou, em 2007, uma experiência, no mínimo singular: durante 45 minutos, o famoso violinista Joshua Bell tocou em  seu Stradivarius, de1713  e avaliado em 3,5 milhões de dólares, na estação L`Enfant Plaza no centro de Washington entre as 07.15 e as 08:00. A indiferença dos transeuntes foi quase que total, pois somente seis minutos após o início da execução da música Chaconne, de Johann Sebastian Bach, é que uma pessoa parou para ouvi-lo.
Segundo o Washington Post, três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall em Boston, onde os melhores lugares custam cerca de cem dólares, mas na estação de Metro foi praticamente ignorado pela esmagadora maioria das 1.097 pessoas que passaram à sua frente durante esse período de tempo. "Foi uma sensação muito estranha aperceber-me de que as pessoas me estavam a ignorar", disse Bell, habituado aos aplausos dos amantes da música. Num concerto eu fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas na estação de Metro as minhas expectativas rapidamente diminuíram. Comecei a ficar agradecido pelo mínimo dos reconhecimentos, mesmo um simples olhar. E fiquei muito agradecido quando alguém punha um dólar na caixa e não apenas alguns trocos", acrescentou Bell. O artista estava vestido de jeans e t-shirt branca e com boné de um clube de basebol local.

O vídeo é antigo, mas “vale a pena ver de novo”:


“Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível
e necessário RECOMEÇAR".


Inspirado neste verso de Carlos Drummond de Andrade, desejo a todos que 2011 seja um balaio repleto de realizações, paz, saúde, felicidade... 
(Eliézer Rodrigues)

28 de dez. de 2010

Wikileaks  começou a incomodar
com vídeo que  mostra militares dos EUA,
 matando jornalistas da Reuters, no Iraque




Um vídeo publicado por um portal da internet questiona a versão oficial sobre como o Exército dos Estados Unidos matou 11 iraquianos, entre os quais um fotógrafo e um motorista que trabalhavam para a «Reuters» em 2007. As imagens, divulgadas, em junho passado pelo site wikileaks.org, mostram, a partir da visão do piloto de um helicóptero Apache, os disparos contra um grupo de homens armados e outros desarmados nas ruas de um bairro da Nova Bagdad.
Entre eles, estavam o fotógrafo da Reuters Namir Noor-Eldeen e o motorista, Saeed Chmagh, que morreram em 12 de Julho de 2007 no ataque.
O vídeo, apresentado em Washington e intitulado “Assassinato Colateral”, descreve também o resgate das vítimas, entre elas duas crianças feridas.
No dia seguinte ao ataque, o Exército americano explicava a morte dos funcionários da agência como parte de um confronto entre suas tropas e insurgentes. Mas no vídeo é possível ver um dos militares a pedir autorização para disparar e outro que responde que um dos homens está a disparar contra o helicóptero, o que não é visível nas imagens onde apenas se vê os homens a falar entre si.
Um porta-voz militar disse ao jornal The New York Times que “não há dúvida que as forças de coligação estavam claramente em operações de combate contra uma força hostil”.
A agência Reuters exigiu sem sucesso uma investigação das circunstâncias e a obtenção do material audiovisual no âmbito da Lei de Liberdade de Imprensa.
Entretanto, a Reuters já garantiu a veracidade destas imagens: “o vídeo divulgado hoje através da Wikileaks é uma evidência gráfica dos perigos que implica o jornalismo e as tragédias que podem acontecer”, diz a agência em comunicado.
Sem dúvida, este vídeo mostra a regra e não a exceção do que acontece no Afeganistão e Iraque. Civis sao mortos sem piedade e o que vemos nos noticiários é apenas uma reportagem apologética que sempre marginaliza os locais e vangloriam os militares americanos (ou britânicos, alemães, etc).
Algumas das frases chocantes ditas pelos soldados:

“Vamos lá. Atire! “
“Tudo bem, eu acertei nele.” (Ha ha)
“Ah, sim, olhe para aqueles bastardos mortos.”
“Nós temos um indivíduo que quer escapar” (Momentos depois)
“Venha camarada.” (Para o homem rastejando) “Tudo que você tem a fazer é pegar uma arma ” (e então ele poderia abrir fogo
“Estou tentando conseguir permissão para atirar.” (a van que veio recolher os feridos) “Vamos lá, nos deixe atirar!”
“Ah, sim, olhe para isso. Bem no meio do para-brisas! Ha ha! “
(Ao descobrir que tinham atirado em crianças) “Bem, é culpa deles para trazer as crianças para uma batalha.” “Isto mesmo! “
“Acho que acabei de passar por cima de um corpo.” (Risos) “Talvez tenha sido apenas uma ilusão visual. Mas parecia que foi um corpo. “
Fonte: Agência Reuters
Símbolo sexual posa de noiva
Alexandre Frota, ator pornô, galã de Globo, ex de Claudia Raia, pit Bull, jogador de futebol americano, mc de funk, é o principal entrevistado da Trip deste mês de dezembro. E com um detalhe: posou para a capa da revista vestido  de...noiva. E sobre a foto, ele comentou na entrevista, dizendo que “nessa foto de noiva, por exemplo, amigo vai me ligar e dizer:’Tu tá louco? Como é que tu tá de noiva na capa da parada? Tu tá jogando futebol americano no Corinthians, porra’.
"Sou cobrado pra caralho", afirmou.
Segundo ele, preconceito é algo que o persegue a vida toda, mas “nego que tem preconceito, me manda convite pro camarote de tudo que é evento. Para olhar para a minha cara e pensar que já fiz filme pornô, que comi 2 mil mulheres, sei lá. E isso vira polêmica”.

27 de dez. de 2010

CINE SINGULAR - Curta de hoje (27/12)


A Invasão do Alegrete   

Sinopse
Brasil, Rio Grande do Sul. Duas cidades vizinhas: Alegrete e Uruguaiana. Uma rivalidade histórica. Após a instalação do primeiro telefone público em Alegrete, dois uruguaianenses resolvem passar um trote em Doutor Sérgio, único possuidor de telefone da cidade rival: Uruguaiana prepara A Invasão do Alegrete. Famoso em dar notícias ruins vindas de longe, Doutor Sérgio parte, junto com seu fiel escudeiro Paulinho, numa jornada repleta de surpresas em busca de ajuda para defender a cidade.
Gênero: Ficção
Diretor: Diego Müller
 Elenco: Artur Pinto, Danny Gris, Felipe de Paula, João França, Marcos Barreto, Marcos Suhre, Miguel Ramos, Nadya Mendes, Nelson Diniz e Sirmar Antunes
 Ano: 2009
 Local de Produção: RS
 Ficha: Técnica
 Roteiro: Diego Müller e Davi Pires
Direção de Arte Eduardo Antunes
 Empresa produtora: GM, 2 Filmes
 Figurino: Adriana Nascimento Borba
 Maquiagem: Nancy Marignac
 Direção de produção: Geraldo Borowski
 Produção Executiva: Pablo Müller
 Direção de Fotografia: Juliano Lopes
 Montagem: Vicente Moreno
 Música: Pirisca Grecco
 Desenho de Som: Gabriela Bervian
 Prêmios
Melhor Ator no Festival de Gramado 2009
Melhor Roteiro no Festival de Gramado 2009
Melhor Filme no Festival do Juri Popular 2010
Melhor Roteiro no Mostra Gaúcha do Festival de Gramado 2009
Melhor Média-Metragem no Festival de Cinema na Floresta 2010
Melhor Ator no Santa Maria Vídeo e Cinema 2009
Melhor Filme - Júri Popular no Santa Maria Vídeo e Cinema 2009   
 Festivais
Goiânia Mostra Curtas 2009
Cineme-SE 2010
FestCine Amazônia 2009
Festival de Artes Audiovisuales de La Plata - FESAALP 2010
Festival de Cinema de Ribeirão Preto 2009
Festival Manuel Padeiro de Cinema e Animação 2009
Festival de Cinema de Ribeirão Pires 2009
Festival Aruanda do Audiovisual Universitário 2009

DICA



Biblioteca de Pessoa é digitalizada

Segundo a revista Língua Portuguesa, deste mês de dezembro, a biblioteca pessoal do poeta Fernando Pessoa se encontra à disposição dos internautas- leitores que visitam não apenas a Casa Fernando Pessoa, em Portugal, mas também o site HTTP://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/.
Com 1.142 volumes digitalizados, é possível consultar Poe meio da internet cada uma das obras e documentos que compõem o acervo de Pessoa, página por página, com direito a anotações que o poeta fazia diretamente nos livros.
É o caso de uma tradução incompleta de A Balada do Cárcere de Reading, de Oscar Wilde, feita por Pessoa a caneta na própria página ao lado dos versos originais (foto acima).
Muitos desses documentos também serão restaurados devido à deteriorização. 
Chico Buarque, 
Ciro Monteiro
e o Fluminense

A história informal do  Fluminense, campeão brasileiro de 2010, envolve duas personalidade da melhor qualidade pertencentes à Música Popular Brasileira: Chico Buarque e Ciro Monteiro (o cantor da caixinha de fósforo e intérprete de preciosidades do cancioneiro nacional, como Se acaso você chegasse – de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins e Falsa baiana, de Geraldo Pereira, por exemplo).  Ciro (faleceu em 1973, aos 60 anos), conhecido no meio artístico como Formigão, pois era viciado em doces, quando do nascimento de filhos de amigos, tinha o hábito de presentear o rebento com a camisa do Flamengo, seu time do coração. Por outro lado, é de domínio público a devoção que Chico tem pelo  Fluminense, o Tricolor das Laranjeiras, e quando do nascimento de filha Silvinha, Ciro presenteou com uma camisa do rubro negro carioca. Chico não deixou por menos a brincadeira feita por Ciro, e fez um samba bem-humorado "agradecendo" o presente.  
E neste vídeo antológico, gravado em 1972, o próprio Ciro conta o acontecido e canta a música Ilmo Sr. Ciro Monteiro,do amigo. Ao lado dele estão Sérgio Cabral, Elke Maravilha, Carminha Mascarenhas, Lúcio Alves e outros.


26 de dez. de 2010

O chapéu e as luzes natalinas
A foto acima fiz há poucos momentos, deste começo de noite do domingo, no restaurante Docentes e Decentes, aqui perto de casa: o chapéu branco que guarda a cabeça de um cidadão, fazendo contraponto com as luzes natalinas. 
Lembrando da Vida Marvada
Manhãzinha de domingo. Bateu,hoje, uma ponta de saudade, ouvindo o Rolando Boldrin. Quantas domingueiras começaram para mim ao som de Vida Marvada.
Recordar, tem momentos, que é  salutar:
Imprensa Oficial:

só resta um prédio carcomido
Ontem, passei defronte ao prédio onde funcionou a antiga Imprensa Oficial do Ceará (IOCE), na Avenida Washington Soares – Bairro Água Fria. E naquele momento, reativaram lembranças de épocas passadas, do ativo centro de difusão artístico-cultural com impressão  de livros de autores, lançamentos de obras, exposições de artes e outras atividades patrocinadas pela IOCE. O suplemento cultural D.O. Letras do qual fui editor por um bom tempo também passou no meu filme de reminiscências momentâneas. Enquanto que na produção de impresso oficiais, a IOCE respondia pela a impressão da maioria das publicações do estado, do diário oficial, inclusive a feitura de livros didáticos distribuídos nas escolas públicas.
Veio o governo neoliberal Tasso Jereissati e acabou com tudo, passando a produção de impressos oficiais para a conta de gráficas particulares.
Hoje, o que resta é um prédio abandonado, carcomido pelo tempo e desprezado pelos órgãos oficiais. 

25 de dez. de 2010


CINE SINGULAR -  O curta do dia (25/12)

Desirella   

Sinopse
A produção deste curta foi viabilizada com patrocínio Petrobras. Vivendo num conto de fadas, a velha Desirella obtém um par de sapatos mágicos que a torna jovem, numa desesperada tentativa de transcendência.  
Gênero : Animação ( Conteúdo Adulto)
 Diretor: Carlos Eduardo Nogueira
 Ano: 2004
 Local de Produção: SP
 Ficha Técnica
Roteiro: Carlos Eduardo Nogueira
 Edição: Carlos Eduardo Nogueira
 Direção de Arte: Carlos Eduardo Nogueira
 Som: Ruggero Ruschioni
 Música: Ruggero Ruschioni   
  Prêmios
 Melhor Curta - Prêmio da Crítica no Cine Ceará 2004
Melhor direção no Cine Ceará 2004
Melhor Trilha Sonora no Cine Ceará 2004
Melhor vídeo no Cine Ceará 2004
Melhor Animação no Festival de Belém 2004
Melhor Trilha Sonora no Festival de Belém 2004
Prêmio do Público no Festival de Cuiabá 2004
Prêmio Especial do Júri no Festival de Cuiabá 2004
Melhor Ficção no Festival de Gramado 2004
Melhor vídeo no Festival de Gramado 2004
Prêmio Porta Curtas no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2004
Prêmio Especial do Júri no Festival Latinoamericano de Vídeo de Buenos Aires 2004
Melhor Direção de Arte no Vitória Cine Vídeo 2004
Melhor Animação no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor Roteiro no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor vídeo no Festival de Video de Santa Maria 2004
Melhor Animação - Hors Concours no Festival de Vídeo de São Carlos 2004
Melhor Animação no Guarnicê de Cine e Vídeo 2004
Melhor Animação no Jornada de Cinema da Bahia 2004
Charge: Liberati

24 de dez. de 2010



Inspirado na rosa solitária do flamboyant, o meu
FELIZ NATAL para vocês

Desde o mês passado, que eu estava de olho, com a chegada da primavera, na floração do  flamboyant planta encravada na pracinha da Cidade 2.000, perto do meu ap. Até postei aqui uma foto, mostrando os galhos secos.Só que os cachos, com flores vermelhas, que deveriam aparecer em profusão, nesta época do ano (primavera/verão), infelizmente não frutificaram.
Hoje, somente uma rosa, solitária e bela, surgiu. E quem sabe, neste Natal, não deixando o flamboyant, planta de grande porte e tradicionalmente carregada de floração vistosa, passar batido.
E inspirado nesta única rosa, como se fosse um balaio cheio de esperanças, desejo a todos que visitam o  Blog  um Natal carregado de perfumes  e que 2011 seja  um pomar de realizações.
(Eliézer Rodrigues) 
Do meu amigo Denílson, colaborador da Singular, recebi um cartoon natalino, que divido com vocês:



Natal no logo do Google
O Google publicou, ontem, um dos doodles (alterações comemorativas no logo da empresa) mais ambicioso da história da empresa.
É até difícil enxergar o nome do Google no desenho, que é formado desenhos lugares famosos do mundo – a Grande Muralha da China, a Catedral de São Basílio em Moscou -, aspectos culturais – danças indianas, lâmpadas marroquinas – e por um Papai Noel.
A imagem foi criada depois de 250 horas de trabalho e a ideia era celebrar os feriados de fim de ano sem o uso de símbolos religiosos. Cada desenho aumenta com o mouse em cima é um link para uma busca no Google. (Deu no bombounaweb)

CINE SINGULAR – O curta de hoje (24/12)

Velha História

Sinopse
Um dia ao pescar na beira de um rio um homem pega um peixe. A partir de um gesto de afeto do pescador, os dois desenvolvem uma linda amizade que é admirada por todos na cidade. Do poema de Mário Quintana.
Gênero: Animação
 Diretor: Cláudia Jouvin
 Ano: 2004
 Local de Produção: RJ
 Ficha Técnica
 Produção: Maria Carneiro da Cunha e  Felipe Velloso
 Fotografia: Paulo Camacho
 Roteiro: Cláudia Jouvin
 Animação: Cláudia Jouvin e Pedro Luá
 Trilha original: Santa Marta Empresa
Produtora: Vaca Louca
 Narração: Marco Nanini
 Montagem Lu's Ratts Escola Produtora UNESA   
  Prêmios
 Melhor Fotografia de Filme Estudantil no ABC - Academia Brasileira de Cinematografia 2004
2º Lugar - Júri Popular no Anima Mundi 2003
Prêmio Porta Curtas no Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2004
Melhor Animação no Festival Primeiro Plano 2003
Melhor Animação no Festival Amazonas Filmes 2003
Menção Honrosa no Festival de Curtas de Belo Horizonte 2004

23 de dez. de 2010


Minhas considerações sobre a Missa do Galo
Sempre fui simpatizante do conto de Machado de Assis, Missa do Galo, cada vez que o  leio,  isso  já fiz dezenas de vezes, sempre descubro uma surpreendente intenção, um gesto de soslaio, uma coisa a mais no erotismo, dito camuflado... e são muitas as emoções. Cá pra nós:  Conceição, senhora já nos seus trinta anos e o rapazinho, Nogueira, de 17 anos, (personagens do enredo) bem que poderiam, antes da missa do galo, ficar numa boa...quem sabe, até transar. Mas, o autor não quis assim, explícito, deixando tudo para que a imaginação do leitor tomasse de conta das fantasias. E que nós, pobres mortais, ficássemos com o direito de escolher as cenas, certamente aquelas mais calientes (algo similar em Dom Casmurro, naquele possível triângulo amoroso entre Capitu, Bentinho e Escobar).
Vamos ao texto do grande escritor, que é o que interessa:

MISSA DO GALO
"Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
    Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
    Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver "a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.
— Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? pergun-tou-me a mãe de Conceição.
— Leio, D. Inácia.
    Tinha comigo um romance, Os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.
— Ainda não foi? perguntou ela.
— Não fui, parece que ainda não é meia-noite.
— Que paciência!
    Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da alcova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro, ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:
— Não! qual! Acordei por acordar.
    Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que valeria alguma cousa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir ou aborrecer Já disse que ela era boa, muito boa.
— Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.
— Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu.
— Quando ouvi os passos estranhei: mas a senhora apareceu logo.
— Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.
— Justamente: é muito bonito.
— Gosta de romances?
— Gosto.
— Já leu a Moreninha?
— Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.
— Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é que você tem lido?
    Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos.
    "Talvez esteja aborrecida", pensei eu.
E logo alto:
— D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...
— Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio, são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
— Já tenho feito isso.
— Eu, não, perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
— Que velha o que, D. Conceição?
    Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranqüilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou concertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas idéias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.
— É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.
— Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana santa na Corte é mais bonita que na roça. S. João não digo, nem Santo Antônio...
    Pouco a pouco, tinha-se reclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muito claros, e menos magros do que se poderiam supor.
    A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia, contá-las do meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras cousas que me iam vindo à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por que, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:
— Mais baixo! mamãe pode acordar.
    E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido: cochichávamos os dous, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou, trocou de atitude e de lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho:
— Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve, se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono.
— Eu também sou assim.
— O quê? perguntou ela inclinando o corpo, para ouvir melhor.
    Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti-lhe a palavra. Riu-se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.
— Há ocasiões em que sou como mamãe, acordando, custa-me dormir outra vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me e nada.
— Foi o que lhe aconteceu hoje.
—  Não, não, atalhou ela.
    Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela rnissa Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta ou outra matéria e eu pegava novamente na palavra. De quando em quando, reprimia-me:
— Mais baixo, mais baixo. . .
    Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver rnelhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma cousa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que pendiam da parede.
— Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros.
    Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.
— São bonitos, disse eu.
— Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro.
— De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.
— Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso, mas eu penso muita cousa assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.
    A idéia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos.
    Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes.
— Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse consigo.
    Concordei, para dizer alguma cousa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um sentimento de respeito; mas a idéia de parecer que era aborrecimento, quando não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, o silêncio era completo.
    Chegamos a ficar por algum tempo, — não posso dizer quanto, — inteiramente calados. O rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que bradava: "Missa do galo! missa do galol"
— Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus.
— Já serão horas? perguntei.
— Naturalmente
— Missa do galo! — repetiram de fora, batendo.
— Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus até amanhã.
    E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro em março, o escrivão tinha morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido".


NATAL - Pelas folhas do Cordel

Recebi esta mensagem natalina do meu amigo chargista e cordelista de primeira linha, Clévisson Viana, da AESTROFE - ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES, TROVADORES E FOLHETEIROS DO ESTADO DO CEARÁ


CINE SINGULAR – Curta do dia (23/12)

Truques, Xaropes e Outros Artigos de Confiança   

Sinopse
 No Largo da Carioca, centro do Rio, o encontro de alguns personagens das ruas - um mágico, um vendedor de bonecos de pelúcia e um vendedor de xaropes - levanta a questão da confiança entre os homens e a figura do homem vigarista.
Gênero: Ficção
 Diretor: Eduardo Goldenstein
 Elenco: Augusto Madeira e Cláudio Mendes
 Ano: 2003
 Local de Produção: RJ
 Ficha Técnica
 Produção: Katya Braga Gonldenstein
 Fotografia: Mauro Pinheiro Jr. ABC
 Roteiro: Eduardo Goldenstein
 Edição: Flávio Zettel
 Som Direto: Renato Calaça
 Direção de Arte: Katya Braga Gonldenstein
 Empresa produtora: Aion Cinematográfica
 Edição de som: Simone Petrillo
 Câmeras: Lula Carvalho e Mauro Pinheiro Jr
Direção de produção: Katya Braga Gonldenstein
 Produção Executiva: Katya Braga Gonldenstein
 Still: Ricardo Pimentel
 Direção de Fotografia: ABC, Mauro Pinheiro Jr
 Categoria: Premiére
 Participação especial: Alexandre David, Alexandre Dacosta e Tibério Melo   
  Prêmios
 Seleção Oficial no Festival de Berlim 2004
Melhor Roteiro no Festival de Brasília 2003
Melhores atores no Festival de Brasília 2003
Menção Honrosa ABD no Festival do Rio BR 2003
Melhor Diretor no Festival TIM de Belo Horizonte 2003   
  Festivais
 Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira 2003
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2003
  

22 de dez. de 2010

Os cavalos, a lagoa e as ruas

Depois da garça, agora a lagoa do Papicu tem outro "comensal"

A lagoa do Papicu, que fica perto de onde moro, e todos os dias passo por lá, é um recanto aprazível, embora abandonado pela prefeitura, e que de quando em vez comento aqui no blog.  Já falei da garça solitária (ela sozinha no pedaço, depois acompanhada...) dos piqueniques, nas domingueiras. Enfim, é assunto.


Agora, a lagoa volta ao noticiário, por tabela, pois não é o assunto principal de hoje. O que quero mesmo é denunciar sobre a circulação de alguns cavalos soltos pelas ruas daqui do bairro, colocando em perigo a vida deles e das pessoas que trafegam, pelo asfalto e calçadas. Já liguei para o setor de zoonoses da SER (II), prefeiturinha responsável pela administração pública do bairro. E lá, disseram que a captura de animais de grande porte não era com eles. Aí me deram outro telefone: o da Central de Zoonoses da Prefeitura, também ouvi o mesmo lenga lenga. E ficou no famoso  jogo do empurra-empurra.
 Enquanto isso, o perigo e o sofrimento (para os animais) continuam. 

Além de soltarem os cavalos, seus proprietários ainda cometem a maldade de amarrar patas do animal

NATAL - Comercial antigo

Guerra e paz, de Portinari,
volta ao Brasil
depois de 54 anos



A exposição foi inaugurada na noite de ontem (terça-feira), no Theatro Municipal, no Centro do Rio
CINE SINGULAR – O curta de hoje 22/12
Enquanto a Tristeza não Vem   

Sinopse
 O compositor Sérgio Ricardo expõe sua visão acerca da história do Brasil de JK aos nossos dias, salientando, sobretudo, os descaminhos da cultura brasileira a partir do golpe militar de 64. Coragem e ousadia marcam o emocionante depoimento.  
Gênero: Documentário
 Diretor: Marco Fialho
 Elenco: Sérgio Ricardo
 Ano: 2003
 Local de Produção: RJ
  Ficha Técnica
 Produção: Patrícia Sérvulo
 Fotografia: Mônica Haar
 Roteiro: Marco Fialho
 Som Direto: Marcos Manna
 Direção de Arte: Mônica Haar e Carlo Kasumi
 Montagem: Bruno Assumpção
 Música: Sérgio Ricardo Escola
 Produtora: Universidade Estácio de Sá   
  Prêmios
 Prêmio do Júri Popular no CineSul 2004
Melhor vídeo no MOSTRA UNIVERSITÁRIA DE VÍDEO 2005   
  Festivais
 CINEPORT - Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa 2005
ReCine - Mostra de Cinema de Arquivo 2004


Dom Edmilson recusa comenda
em protesto conta reajuste de
salário dos políticos


O bispo emérito de Limoeiro do Norte, Dom Manuel Edmilson da Cruz, recusou a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, em protesto pela aprovação pelo Congresso Nacional, no último dia 15, de projeto de lei que reajusta os salários dos parlamentares, ministros, vice-presidente e presidente da República. Ele foi um dos cinco contemplados pela homenagem conferida pela primeira vez pelo Senado Federal.
Ao falar durante a sessão para entrega da Comenda, nesta terça-feira, 21, Dom Manuel da Cruz lamentou que o Congresso tenha aprovado reajuste para seus próprios salários, da ordem de 61%, com efeito cascata nos vencimentos de outras autoridades, enquanto os trabalhadores do transporte coletivo de Fortaleza mal conseguiram 6% de aumento em recente luta por elevação salarial. Ele mencionou as aposentadorias reduzidas, o salário mínimo que cresce em "ritmo de lesmas".
Na opinião do religioso, o aumento aprovado pelos parlamentares deveria sempre guardar a mesma proporção que a elevação concedida para o salário mínimo e a aposentadoria. "Quem assim procedeu não é parlamentar é 'para lamentar'", afirmou.
Para o bispo de Limoeiro do Norte, a Comenda outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Câmara. "Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado. Uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, ao contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho", declarou.
Dom Manuel da Cruz disse que se aceitasse a comenda estaria procedendo contra os direitos humanos e perderia todo o sentido esse momento histórico. "A atitude que acabo de assumir, assumo-a com humildade, sem pretensão a estar dando lições a pessoas tão competentes e tão boas. A todos suplico compreensão e a todos desejo a paz, com meus sinceros votos e uma oração com abençoado feliz natal e um próspero feliz ano", disse ele, que cobrou dos parlamentares a reavaliação da decisão.
Coerência
Em seguida, o senador José Nery (PSOL-PA), na presidência da sessão, cumprimentou o bispo pela atitude que, como assinalou, é coerente com o que o religioso pensa e vive.
O senador disse entender o gesto do bispo, mas ressaltou que o fato de o Senado Federal tomar decisão de conceder um prêmio de Direitos humanos tem o significado de fazer avançar na caminhada rumo a um Brasil mais justo.
José Nery também solicitou aos policiais legislativos do Senado que tratassem com cuidado estudantes que, no mesmo momento, realizavam protesto em frente ao Congresso Nacional contra o reajuste salarial votado pelos parlamentares. O senador assinalou que eles têm o direito de manifestar sua opinião.

Agência Senado